Enquanto os movimentos anteriores de boxe davam ênfase aos movimentos mais vigorosos e rápidos, na potência dos golpes, este novo estilo seguia o princípio de opor o fraco ao forte para vencer. Em geral, alguns movimentos eram vigorosos e outros eram únicos, singulares, rápidos, outros lentos, todavia os movimentos seguiam sempre ininterruptos e harmoniosos. Na verdade, este novo estilo revolucionou a adaptação e a assimilação dos vários aspectos dos diferentes estilos do boxe que eram comumente praticados na época de seu desenvolvimento. Mais tarde, no século XVIII, um professor, grande mestre das artes marciais, Wang Zonguie sistematizou o Tai Chi Chuan, estudou profundamente esse estilo, relacionando-o às descobertas da filosofia tradicional chinesa, do yin e yang - os princípios opostos da natureza. Inicialmente, o Tai Chi Chuan era praticado, essencialmente, pelos camponeses em Henan. Foi em 1852 que Yang Luchan, natural da província de Hebe, levou o Tai Chi Chuan para Beijing, onde fundou a Escola de Ensino no exército dos Manchús e, com seus três filhos, dedicou-se ao estilo Yang Ban-Hou. Especializaram, também, no pequeno estilo de movimentos curtos Yang Feng Hou, seguindo o estilo de movimentos largos Yang Jian Hou, até o estilo médio Yang Cheng Fu. O filho de Yang Jian Hou foi o propagador do Tai Chi Chuan em toda a China. Durante o último século, esse estilo experimentou várias modificações, essencialmente em seus movimentos mais graciosos e na suave execução de movimentos relaxantes “como as nuvens e as águas dos inimigos”. Inicialmente, o Tai Chi Chuan foi usado como arte marcial e tornou-se conhecido por sua eficácia como forma de luta , graças ao seu sistema de movimentos a mãos livres:
1. Gong jia — rotinas individuais de solo;
2. Tui shou — empurrar as mãos a dois;
3. Da lu gran — deslocamento a dois;
4. San shou — dispersão das mãos a dois.

Também foram assimiladas as armas do Tai Chi Chuan:
1. Tai Chi jian — rotina de espada de duplo corte;
2. Tai Chi ken — rotina de bastão;
3. Tai Chi shong — rotina da lança.

Na época da revolução de 1911, o Tai Chi Chuan ganhou uma grande repercussão em Beijing devido a seus efeitos preventivos e curativos. Os êxitos alcançados têm muito a ver com seus métodos singulares, que requerem um elevado grau de concentração por parte do praticante, evitando completamente as divagações da mente. A lentidão e a suavidade, na execução dos movimentos circulares, influenciam em uma melhor educação e conscientizam a pessoa para a postura correta da coluna. O corpo relaxado proporciona a automaticidade natural da respiração, melhorando o fluxo da energia vital (chi) em todos os canais de energia (meridianos) do corpo humano. Dessa forma, o alto grau de concentração exigido do praticante é profundamente benéfico para o sistema nervoso central.
A prática do Tai Chi Chuan potencializa um crescimento de provisão de sangue nas artérias coronárias, resultando em uma melhora geral do processo de circulação sanguínea. Permite, ainda, uma melhora nas funções reguladoras do sistema nervoso central, contribuindo para que todos os órgãos sejam melhor oxigenados. Todos esses fatores contribuem significativamente para diminuir a hipertensão e a arteriosclerose.
Em síntese, é importante ressaltar o fato de que o Tai Chi Chuan tem a capacidade de corrigir problemas posturais, as deficiências orgânicas que conduzem ao envelhecimento, permitindo ao praticante evitar a degeneração prematura do organismo e gozar, portanto de uma vida saudável e longeva.
O Tai Chi também ameniza sentimentos de angústia, insegurança, medo e pânico, geralmente provocados por uma habitualidade cotidiana de movimentos rígidos e fechados do corpo. Os movimentos do Tai Chi Chuan, com fluidez e suavidade, alternando movimentos abertos e fechados com a devida atenção na respiração mais lenta e profunda, ajudam a manter a mente livre de pensamentos negativos, permanecendo, dessa forma, menos fechada e mais aberta, o que proporciona uma compensação positiva no quadro psíquico do praticante.